sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Os loucos anos 20! - Parte 2

Estou com dificuldade em fazer um post sobre tudo da década de 20, o assunto ainda renderá mais posts, porque tem várias coisinhas legais para dizer e mostrar. Bem, continuando com a infinita (quase) década de 20...


Começando pelos acessórios: o chapéu. Antes com abas grandes e plumas, virou pequenino, grudadinho na cabeça e ia até a altura do olho, mas ainda um acessório essencial e as mulheres continuam a usa-lo muito, mudou só que agora ele se tornou apenas de uso diurno. Vemos bastante o cloche - nome desse tipo de chapéu - hoje em dia, em looks mais característicos ou comuns também.


Blair fofíssima

Combinando com o novo chapéu, veio o novo corte da cabelo, totalmente radicalizando com os cabelos compridos – e sempre presos -, agora eram curtíssimos, na nuca, lisos e geralmente pretos. O corte já teve e tem vários nomes, há quem conheça como Chanel, mas também hoje qualquer cabelo curto já é chanel. De qualquer forma, tem uma história que o Karl Laggerfeld proibiu o uso do nome da estilista para o corte de cabelo, então, vamos chama-lo pelo nome correto, a la garçonne, ou só à garçonne acho que basta (bobbed hair pode também).



Então, sei que a moda era cabelo lisinho na época, mas não existia escovas progressivas, definitivas, inteligente... que hoje salvam a vida das mulheres que querem dar um jeito no hair. Andei lendo por ai que as mulheres passavam (sim, com ferro) os cabelos... A outra alternativa, acho, devia ser deixar o cabelo assim, com essas ondas e com gel para ficar pressinho, acho fofo e não tenho a menor ideia de como faz.


A androgenia reinava, tanto que o nome do cabelo, o a là garçonne significa mais ou menos a moda masculina (a lá mode garçonne, garçon em francês é rapaz).
Inclusive, como disse no post do Sutiã, o objetivo dos sutiãs era achatar o busto. Ninguém queria ter curvas.
Os vestidos ficaram soltos, a cintura não era mais marcada, mas se deslocou e começou a aparecer no contorno do quadril – uma das marcas do período.
E ficaram mais curtos! Gerou polêmica o novo cumprimento, apesar de serem na altura do joelho (haha), foi super condenado e inclusive proibido para menores de 14 anos.



Com o encurtamento dos vestidos os sapatos ganharam mais atenção, antes escondidos pelos vestidos, agora apareciam e tinham que combinar com o resto da roupa, e não deviam apenas ser confortáveis, mas bonitos. Se multiplicaram os modelos masculinos usados pelas mulheres (o Oxford, por exemplo, que não sai do pé das meninas hoje), além dos icônicos sapato de boneca (o curioso é que foi criado para crianças) e sapato bicolor.


Acreditem, ou não, mas foi só na década de 20 que a maquiagem se tornou mais aceita, antes tinha um caráter meio pejorativo, era considerado de uso de prostitutas. Os lábios eram bastante marcados por batom carmim e muitas vezes em forma de coração, a sobrancelha era retirada e pintada, bem arqueada, de preto, os olhos eram marcados e a pele branca.



Para terminar, está ai um vídeo de tutorial de make dos anos 20. É um pouco exagerado, só usável em festa temática, mas é legal ver os elementos sozinhos, tipo o olho bem marcado ou o formato do batom. (Só é estranho que o vídeo não tem áudio.)


Então é isso. Post grandinho. E até beem breve, tentarei postar com mais rapidez :)

sábado, 17 de setembro de 2011

Os loucos anos 20!


Voltando as décadas, já que é a ideia central no blog... A década de 20!!

Revolucionária que só ela, a década de 20 não mudou apenas na maneira de se vestir, mas mudou na maneira de pensar e de se comportar, foi uma mudança na sociedade que tinha vivido uma guerra.

O fim da guerra despertou o desejo de viver, por isso o divertimento era prioritário. Foi uma era de inovações e modernização, o rádio, o carro, a art deco, as vanguardas (dadaísmo, o surrealismo), o jazz, o cinema falado e a moda. As roupas tinham que mudar e se adequar a essa liberdade toda, sair daquela estrutura desconfortável do espartilho e de tanta ornamentação.


Esse vídeo mostra um pouquinho de várias coisas dos anos 20.
Muito interessante o carro feito para as mulheres. Os enooormes cabelos que são picotados.
No min 2:03 mostra uma mulher fumando, reparem como ela é extremamente andrógina, igual a um homem, ideal de beleza da época.


Aqui o Charleston!

Mas antes de destacar o vestuário, acho legal falar de mudanças na sociedade, que para época foram quase inacreditáveis olhando do nosso ponto de vista:

  • As mulheres começaram a desejar ter uma carreira e também família e marido. Antes desse período, acreditava-se que a mulher não conseguia ter uma família e ao mesmo tempo ter uma carreira de sucesso.
  • As mulheres começaram a entrar nas universidades, apesar do que, a maioria das mulheres assistia a aulas como ‘’Marido e Mulher’’, ‘’A família como unidade econômica’’, ou viam a universidade como maneira de arranjar um marido.
  • O homossexualismo se tornou mais aceitável, assim como outras minorias como negros e asiáticos
  • Contrario a liberalização, foi também na década de 20 que a Lei Seca se instaurou nos Estados Unidos. Eles viviam o ‘’American Way of Life’’, uma época prospera e proíbem a bebida, vai entender...
*Próximo post dedicado inteiramente a moda :)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

East End, Londres

Quem ainda não viu esse videozinho maravilhoso 100 YEARS/ STYLE/ EAST LONDON?? Ele ilustra bem a ideia do meu blog, muito gracinha, retoma o estilo de 100 anos atrás, 1911 e chega até os dias atuais.



O vídeo foi feito para promover um novo shopping, Westfield Stratford City, que inclusive abriu esta semana (13/09), em Londres. Agora, o maior shopping urbano da Europa. Localizado no East End, área que era considerada periférica de Londres.


Apesar de ser uma área pobre, o East End tem se transformado bastante, hoje já é uma área mais alternativa e será um dos pontos importantes das Olimpíadas de 2012. Não só isso, a noite do East End é bastante badalada, com direito a príncipe Harry pelas redondezas.


O East End é cheio de pessoas com estilo, fashionistas ou não, autenticas ou não, só sei que são lindos de se ver.





Vamos viajar agorinha???



Além do estilo incrível das pessoas, o East End é famoso também pelos seus mercados, ou como é mais comum a nós, as feiras. Brick Lane Market, Spitalfields Market e Columbia Road Flower Market. Como Londres é cheia de feiras e mercados, deve existir mais deles nessa área.




Columbia Road Flower Market




Spitalfields Market



Brick Lane em 1968




Essas duas últimas fotos são de mercados ingleses, mas que infelizmente não sei quais são



Para finaliar esse post meio desconexo, um clipe da Cibelle com o Devandra Banhart que foi filmado no East End, vale a pena ver!


Ah, antes do fim, o Partybusters fez dois post muito interessantes sobre o East End, com imagens ótimas, bem street style. Aqui e aqui :)

Tchauzinho!


Algumas fotos: Face Hunter, GQ.com

Sutiã!

Em minhas andanças sobre informações e curiosidades, fui descobri que o sutiã também surgiu no início do século XX (juro que vou passar desse início logo)! Digo, o sutiã moderno, parecido com oque conhecemos hoje, porque ao longo dos muitos anos na história, as mulheres criaram artifícios de sustentação aos seios, sejam as gregas enrolando panos,ou mesmo os espartilhos.
E não é que é polêmica a história dessa peça...Parece que foi criado por três pessoas, um francês e duas americanas, em anos diferentes! Paul Poiret, o francês, decretou o fim do espartilho com vestidosde novos modelos que não funcionavam com espartilho. Mary Phelps Jacob inventou e patenteou (em 1914) o sutiã, e parece que ainvenção surgiu de tamanha insatisfação de dançar com espartilho. Mas, em 1893 já havia sido patenteado um modelo criado por Marie Tucek, conhecido como‘porta-seios’.
O mais inacreditável dessa história é que a MaryPhelps Jacob – a patentear o‘sutiã’ – vendeu sua patente para a Warner Bros,pois achou que não iria vingar. Coitada dela, essa ai sabe o que perdeu!

A esqueda, modelo de 1893, e a direito o de 1914.

Como tudo nessa vida, o sutiã envelheceu e sofreu modificações, já foi até símbolo de opressão para asmulheres. E já fez 100 anos! Em 1907 a Vogue mencionará o sutiã e essa data foiconsiderada o ‘nascimento’ dele.


Esse é o modelo da décadade 20. O importante aqui era achatar os seios. Acho que foi o único período dahistória feminina em que as mulheres não queriam ter peito. Os anos vinte foram muito revolucionários!


Nos anos 30, 40 e 50 odesejo era ter seios empinados, surgiram modelos com bojo, estruturados, commais enchimento e em 50, em nylon.


Nos anos 60 adolescentes viram um publico de interesse aos fabricantes,os sutiãs ganham ar mais angelical, com estampas florais. No final da década, as mulheres queimam seus sutiãs no movimento feminista.
Em 70, as mulheres aboliram o uso da peça, que começou a usartransparência e rendas em sua confecção. (Em 1977 a Victoria’s Secret foifundada)


Em 80 e 90 surge a Lycra e misturada ao algodão, conforto se torna a palavra de ordem.
Madonna lança moda, com o modelo do Jean Paul Gaultier que ficou eternizado,e tornou a underwear em outwear.


Hoje a peça está cheia de tecnologia. Os diversos modelos de sutiãs se adaptam a qualquer tipo de decote. O efeito desejado é o 'efeitosilicone'. Enquanto não se coloca a prótese tem o sutiã, hahaha.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cordel Encantado


Antes de começar o blog, ou a pensar seu assunto, eu já sabia que em algum momento ia colocar Cordel Encantado e aqui está: O figurino maravilhoso dessa novela.
Eu vejo novela, mesmo se acho chata, vejo, mas sempre foi só a das 21h. Ai, surgiu Cordel, com uma história surreal e cativante, imagem de cinema, atores excelentes, locações lindas e figurino, como disse antes, maravilhoso. Não perdi um capítulo desde então.



Eu não consigo descobrir a época em que se passa a novela, meu palpite é entre 1910 - porque já havia cinema mudo e carro – mesmo período do post passado, da Belle Époque.

A novela mistura várias culturas nas roupas: a realeza européia, o sertão do Brasil, o Brasil da capital e o cangaço. A realeza possui as roupas mais glamorosas, bastante jóias, cintos, casacos e as cores das roupas são mais fechadas. No sertão as roupas são mais simples, sem extravagância, com muito tricô e cores mais pasteis ou estampas floridas. As roupas da capital parecem mais sóbrias, sempre bastante preto, branco e alfaiataria. O cangaço é couro, possuem bastante acessórios, anéis, broches (no caso seriam jóias roubadas, não?), o chapéu característico, a sandália, também de couro (que particularmente acho muito engraçado) e a sobreposição de roupas, sempre várias camadas.


Focando as alguns personagens temos:


A jornalista da capital, a Penélope, que chega arrasando com um terninho masculino, chapéu e óculos redondo no interior do Brasil em 1900 e seu carro vermelho, bem contemporânea ela, não? Óculos redondo + certa androgenia + carro vermelho, para finalizar o corte de cabelo na nuca.


O Farid que um turco, mas suas roupas são uma mistura de árabe + indiano + sertanejo. A calça e o chapéu do personagem são marcantes em sua caracterização.


A Doralice representa o estilo da capital do Brasil, mais séria, mas elegante. O Fubá, Doralice homem, também é uma graça. O óculo e o lencinho e as roupas meio largas dão um ar de mistério e valentia a um homem frágil.


A Ursula com seus vestidos mais justos e decotados além de cores escuras, entre bordô, preto, verde esmeralda, sendo uma personagem mais sexy. Carlota e seu figurino todo rosa.


A Rainha Helena - de Serafia - já seria mais careta, no entanto, linda, seus vestidos são mais imponentes, maiores, mais gordos e ela sempre está com um acessório no cabelo;


A Florinda, o estilo de Brogodó, se destaca com seus babados, cintos largos e bastante cores. Sem contar o cabelo longo e todo cacheado.

O rei e a rainha no Brasil.

Início do século XX



Existiu algo interessante antes da maravilhosa década de 20? Claro, né! Havia muitos babados, espartilhos, chapéus, rendas e muita ostentação, mas não é por isso que não é bonito. Acho que todos já se imaginaram vivendo assim incrivelmente, à la Maria Antonieta.

Mas sem exageros: o início do século XX foi marcado pela tradição do século anterior e na moda prevalecia a herança dos vestidos extravagantes que prezavam a forma ao conforto. Tanto é que o espartilho era usado para marcar o corpo da mulher, acentuando sua postura e projetando o busto para frente, deixando-as com cinturas finíssimas. Além disso, o corpo feminino deveria ser todo escondido, inclusive as botas eram usadas para que as canelas não aparecessem.

Plumas, babados, rendas, pérolas e volume eram essenciais, as cores eram predominantemente em tons pastel.


O período que vai do final do XIX até a I Guerra (1914) e que ficou conhecido como Belle Epoque foi característico de Paris. As parisienses, desde já, eram objetos de inspiração para as mulheres pelo mundo.
Podemos ver a Belle Epoque no filme Moulin Rouge e até nas ilustrações sobre o cabaré. Dentre outros, o filme Cheri também dá para se ter uma ideia desse período, mas de um ponto de vista diferente de Moulin Rouge.




Não temos como reviver esse período na moda, digo transformá-lo em tendência ao pé da letra, mas sempre podemos pegar referências. Os eventos de gala da realeza, por exemplo, me lembram muito essa época, os chapéus e as cores são bem releitura da época e que se tornaram dress code hoje. Pena que são poucos que podem aproveitar.



Esses são vestidos de gala da Rainha Elizabeth